Câmara de Vereadores de Amambai

por Interlegis — última modificação 09/01/2019 16h57

 

Sobre o Município de Amambai

A história de Amambai se confunde com a história da erva mate sul-mato-grossense. Os nomes dos rios e córregos do sul de Mato Grosso, onde se encontra atualmente Amambai, são nomes de língua guarani, o que comprova a ocupação da região por índios guaranisdesde a era pré-colombiana, intensificando-se com o fim da Guerra da Tríplice Aliança. Recebeu, inicialmente, a denominação de Paz Nhú Vera e logo depois Patrimônio da União, sendo que os moradores do lugar formaram uma comissão para pedir ao Estado a legalização do Patrimônio União, que foi posteriormente batizada de Vila União. Mais tarde os serviços geográficos opinaram que fosse trocado o nome do lugar. Entre as ideias apresentadas surgiu Ervanópolis, Valenciópolis e Amambai. Considerando-se a originalidade e eufonia linguística os serviços geográficos optaram por Amambai. Naquela época, Amambai era simplesmente uma parada de carretas. Suas vertentes, suas sombras e seu posto foram motivo de descanso para os viajantes. A antiga paragem de carretas pouco a pouco foi formando um núcleo de vivendas.

De antiga paragem de carretas a município polo da região sul de Mato Grosso do Sul

Ao final da Guerra do Paraguai não houve um tratado de paz entre os países envolvidos (ParaguaiBrasil e Argentina). Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluídos de imediato. As negociações foram obstadas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia. O Brasil não aceitava as pretensões da Argentina sobre uma grande parte do Grande Chaco, região paraguaia rica em quebracho (produto usado na industrialização do couro). A questão de limites entre o Paraguai e a Argentina foi resolvida através de longa negociação entre as partes. A única região sobre a qual não se atingiu um consenso — a área entre o rio Verde e o braço principal do rio Pilcomayo — foi arbitrada pelo presidente estado-unidense Rutherford Birchard Hayes que a declarou paraguaia. O Brasil assinou um tratado de paz em separado com o Paraguai, em 9 de janeiro de 1872, obtendo a liberdade de navegação no rio Paraguai. Foram confirmadas as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Estipulou-se também uma dívida de guerra que foi intencionalmente subdimensionada por parte do governo imperial do Brasil mas que só foi efetivamente perdoada em 1943 por Getúlio Vargas, em resposta a uma iniciativa idêntica da Argentina. O reconhecimento da independência do Paraguai pela Argentina só foi feito na Conferência de Buenos Aires, em 1876, quando a paz foi estabelecida definitivamente.[9]

Durante a demarcação de fronteiras entre Brasil e Paraguai, os grandes ervais nativos nas bacias dos rios Iguatemi e Amambai chamaram a atenção por sua cor deslumbrante e porte exuberante, começando em 1878 a exploração da erva mate nesta região. Nessa época, o catarinense Thomás Laranjeira deu início ao seu grande empreendimento ervateiro que foi o ouro verde da região: foi criada a Companhia Matte Laranjeira, que, para melhorar o escoamento de seus produtos, modernizou seus meios de transporte, abrindo estradas nas matas e nos campos. Os ervateiros da região apenas cortavam, ensacavam e tostavam a erva, que era mandada para a Argentina por meio de carretas de boi e retornava industrializada, mais cara, pronta para o mate, tereré e chá, bebidas típicas. Em 1883 Tomás teve como sócios os irmãos "Murtinho". (mato-grossenses de destaque no mundo político e econômico). Com o aumento da produção a empresa modernizou seus meios de transporte. Quando a Argentina proibiu a importação de erva-mate brasileira houve uma grande crise na região e procurou-se outras atividades comerciais. Começou a exploração da madeira, por ser uma região de bastante floresta, chamando a atenção das serrarias. A madeira, que era mandada para o sudeste, vinha em forma de móveis muito mais cara. Por esse motivo, em 3 de agosto de 1903, se fixaram ali Januário Lima, Marcelino Lima, José Garibaldi Rosa, Oscar Trindade e outros.

Com o fim do ciclo da madeira, por volta de 1905, os gaúchos, sabendo que os campos e coxilhas do sul da região eram semelhantes aos da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, sobretudo das regiões das Missões, mudaram-se a esta região com seus mantimentos, carretas e cargueiros, onde havia tranquilidade e área bastante para a lavoura e criação de gado. Instalaram-se na região diversas caravanas formadas por gaúchos e estrangeiros. Um deles, o gaúcho Romualdo Portela, propiciou uma época de fartura em Amambai e impulsionou seu desenvolvimento desde os anos 30 até os anos 50 e faleceu em 1970. Sendo o maior ervateiro da região, ele comandou e financiou a criação da Cooperativa dos Ervateiros de Amambai, montou o primeiro moinho de erva-mate de Amambai e uma atafona em sua fazenda. (Atafona é um conjunto de máquinas para fabricação de farinha de mandioca). Romualdo foi o pioneiro da industrialização da cidade. A fazenda dele tinha 7.000 hectares de erva-mate e localizava-se no Guassuti, entre Amambai e a atual Coronel Sapucaia (apesar de tudo isso, até hoje não há uma rua com o nome dele na cidade).

Município de Mato Grosso do Sul

Foi elevada a distrito de Ponta Porã pela lei número 658, de 15 de junho de 1914. Em 13 de setembro de 1943 foi criado o Território Federal de Ponta Porã pelo presidente Getúlio Vargas, que abrangia os municípios de Dourados (que até então incluía Naviraí), Porto Murtinho, Miranda, Nioaque, Bela Vista, Ponta Porã, Maracaju e Bonito (sendo Ponta Porã sua capital). Este durou apenas três anos (1943 a 1946), sendo reintroduzido ao estado de Mato Grosso em 7 de janeiro de 1947.[10] Em 28 de setembro de 1948, através do decreto Lei número 131, foi criado o município de Amambai, sendo instalado a 1 de janeiro de 1949. Amambai iniciava uma nova vida administrativa, sendo Sidney Batista seu primeiro prefeito. Fez-se dona de todo sul de Mato Grosso de Sul e passaram a depender de Amambai os distritos de Iguatemi, Tacuru, Coronel Sapucaia e Paranhos. A emancipação do Município foi uma grande vitória para o povo da região. Sua cooperação a favor da região motivou a criação do município de Iguatemi, que mais tarde desmembrou-se de Amambai, bem como o de Sete Quedas, Paranhos, Tacuru e Coronel Sapucaia. Em 1977 o sul de Mato Grosso se emancipa formando o atual estado de Mato Grosso do Sul com capital em Campo Grande, a qual Amambai faz parte atualmente. Na época do ouro verde não havia crise em Amambai, mas desde que a Argentina proibiu a importação de erva-mate brasileira a cidade coleciona crises como a da febre aftosa, em que o exterior suspendeu temporariamente a importação de carne brasileira (em 2005), e a crise da demarcação de terras indígenas (em 2009). Apesar disso Amambai conseguiu lentamente tornar-se a próspera cidade que é hoje, quase toda asfaltada, com vários monumentos pantaneiros e regionais.

 

 

A Câmara de Vereadores de Amambai está localizada na rua Sete de Setembro, 3244, centro.

O telefone de contato é o 3481-1551 e o horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 07h às 11h30.